Ansiedade por separação

Os cães são animais sociais que, através de certos comportamentos, mantêm contato e ligações com a mãe e os irmãos. Ao levá-los para nossa casa esse elo é transferido para as pessoas com quem ele irá conviver no seu dia a dia. No entanto, nossa vida agitada faz com que, muitas vezes, nossos pets permaneçam sozinhos por longos períodos, perdendo esse contato com o grupo ou com uma pessoa específica, podendo levar a manifestações de ansiedade.

Mas o que é ansiedade? Segundo o dicionário, ansiedade é um desconforto físico e psíquico; de agonia, aflição e angústia. E a psicologia interpreta como uma condição emocional de sofrimento, definida pela expectativa de que algo inesperado e perigoso aconteça, de forma que o indivíduo se acha indefeso diante da situação.

O cão que apresenta ansiedade de separação irá manifestar os sinais na ausência dos seus tutores, quando eles estiverem fora de casa ou mesmo em um cômodo no qual o cão não tenha acesso direto. Alguns cães apresentam esse comportamento somente com pessoas específicas da família, enquanto outros têm a mesma reação quando qualquer membro sai. Muitos cães apresentam reações de medo e ansiedade extremas quando deixados sozinhos, tornando difícil a sua convivência com a família, já que muitas vezes as pessoas não conseguem se ausentar sem que o cão apresente comportamentos destrutivos, podendo se machucar durante as tentativas desordenadas de reencontrar os tutores.

Os comportamentos mais comuns apresentados por cães com ansiedade de separação são: vocalizações (choros e latidos) destruição de móveis e objetos, principalmente portas e qualquer outra barreira que impeça o cão de ir de encontro aos tutores e de urina e fezes em locais inapropriados (no caso de cães que foram ensinados a fazer as necessidades em um local específico). Outros comportamentos também podem ser notados como: respiração mais ofegante, tremores, salivação excessiva, vômitos, maior atenção a tudo que se passa ao seu redor, lambedura dos lábios, bocejos, inquietação e lambedura de patas.

Sem distinção de sexo, raça ou idade, os cães que vivenciaram o abandono ou a perda de um tutor e os que foram separados da ninhada antes dos 60 dias, têm maior probabilidade de apresentar um grau de ansiedade mais intenso. A convivência com a mãe e os irmãos durante os primeiros dois meses de vida é muito importante para que o filhote aprenda a explorar o ambiente tendo sempre a mãe por perto para garantir a sua segurança. Cães que são separados da mãe precocemente ou que ficaram em espaços restritos, sem que tivessem a oportunidade de realizar a exploração do ambiente apresentam maiores chances de desenvolver a ansiedade de separação.

A ansiedade durante as saídas do tutor pode ser manifestada em diversos graus, podendo variar de uma leve resposta, conforme o pet vai se adaptando à ausência do dono, a graves ataques de pânico nos quais o cão não consegue lidar com a distanciamento. Muitos cães que já têm um comportamento ansioso passam a manifestar os sinais de ansiedade de forma mais intensa após mudanças na rotina, como por exemplo uma mudança de casa ou de horário de trabalho de um membro da família.

E tem tratamento para a Ansiedade de Separação? O tratamento implica em desenvolver a independência do cão através da orientação da família sobre formas alternativas de interagir com o pet. O uso de modificação comportamental baseada em recompensa, as mudanças ambientais, a utilização de feromônios e a prescrição de medicação (conforme necessidade), são as condutas que devem ser tomadas após fechar o diagnóstico. E quanto antes for feito esse diagnóstico, melhor e mais rápido será o resultado, pois o avanço da doença associado a outros problemas que também se apresentam pela ansiedade pode dificultar o tratamento. Por isso, caso o seu cão apresente sinais de Ansiedade de Separação, procure sempre a ajuda de um profissional capacitado para garantir o tratamento correto.

 

2019-05-07T19:25:58+00:00