O passeio é um momento muito importante para o cão, pois é durante as caminhadas que ele tem a chance de explorar o ambiente, relaxar e socializar com pessoas e animais, além, de claro, fazer exercício físico, o que é essencial para a saúde e a qualidade de vida. E com tantas opções no mercado, sempre existe a dúvida: Qual o melhor modelo de coleira e guia para o meu cão? Para ajudar nessa escolha, listamos abaixo as mais utilizadas pelos tutores e quais suas vantagens e desvantagens.
PEITORAIS
Os peitorais são a escolha para a maioria dos tutores. Fabricados em diferentes materiais e formatos, os mais comuns são os de nylon, couro e tecido. A guia é presa na argola que fica nas costas do pet e quando este puxa durante o passeio, a pressão é distribuída na região do peito.
O peitoral é a coleira ideal para cães pequenos, como o Yorkshire e o maltês, já que possuem a região cervical mais frágil. Este tipo de coleira também é a melhor opção para raças braquicefálicas como o pug, o lhasa apso, o shih tzu e os bulldogs francês e inglês, devido a uma maior predisposição a problemas respiratórios, o que acaba por contraindicar as coleiras que façam pressão na região do pescoço.
Este tipo de coleira também é a mais recomendada para cães de qualquer tamanho, raça ou idade, principalmente os que apresentam doenças cardíacas, respiratórias e problemas locomotores.
Porém, em meio a tantas opções no mercado, os tutores acabam escolhendo o peitoral observando apenas a estética do equipamento e esquecendo-se do quesito segurança, que é muito mais importante, pois é ele que vai garantir a integridade física do seu pet em situações de medo ou agitação, evitando que ele escape da coleira. Pensando por este lado, precisamos estar atentos a um modelo que seja seguro, confortável, e que se ajuste bem ao corpo do cão, sempre levando em consideração a largura das alças com relação ao porte do animal.
Como o peitoral comum não desencoraja o cão a puxar a guia, muitos profissionais do mercado desaconselham o seu uso. Porém, isto vem mudando a cada dia, principalmente entre comportamentalistas e adestradores, que utilizam técnicas de treino através de reforços positivos. Se o treinamento for realizado de forma consistente, evitando acompanhar o cão na direção em que ele puxar e recompensar comportamentos calmos, como por exemplo o de olhar para você ou o de investigar o ambiente de maneira tranquila, o peitoral pode ser uma ótima opção.
Existem diversos modelos de peitorais de adestramento, sendo os mais comuns, no Brasil, os que possuem a argola, para prender a guia, localizada na faixa que passa no peito do cão. Esta forma de condução faz com que, quando o cão puxa a guia, o peitoral promova uma pressão lateral para que ele se vire em direção ao condutor, sendo esta e uma boa opção para auxiliar no treinamento de cães que puxam muito a guia. Porem, é importante lembrar que se o tutor mantiver hábitos antigos, como o de andar mais rápido quando o pet puxar ou utilizar uma guia muito curta impedindo que o cão explore o ambiente, a tendência é que o peitoral não cumpra com o objetivo de controlar os puxões, pois o cão irá aprender a arrastar o condutor com o peitoral de adestramento, fazendo com que uma ferramenta que seria valiosa, perca sua função.
Apesar de um excelente equipamento, é importante ressaltar que o peitoral de adestramento deve ser evitado em animais com problemas na coluna e/ou membros anteriores, como a displasia de cotovelo, e também para a prática de corridas. E ainda, não podemos esquecer, da importância do cuidado no ajuste para garantir que o cão não escape ou tenha qualquer desconforto durante seu uso nos passeios.
COLARES CERVICAIS
Este também é um modelo que se apresenta em grande variedade no mercado, o que requer uma escolha baseada no conforto e na segurança que irá proporcionar ao cão. Uma grande vantagem do colar cervical é o fato de ser um equipamento de custo relativamente baixo e fácil de ser colocado, e seu ajuste deve ser feito com folga de dois dedos entre a coleira e o pescoço do pet.
Este tipo de equipamento é indicado, principalmente, para animais que não se adaptam ao peitoral ou para cães que não toleram a manipulação, demonstrando medo ou agressividade quando o tutor vai colocar o peitoral comum ou o de adestramento, tornando-se uma boa alternativa para esses pets.
Em um estudo realizado em 2006 foi demontrado que cães que utilizam colares cervicais tendem a apresentar uma maior pressão intraocular em relação aos que são conduzidos com peitorais devido à pressão aplicada sobre os vasos sanguíneos da região do pescoço. Portanto, se o seu cão possui problemas oculares (principalmente de córnea ou glaucoma) os colares cervicais não devem ser utilizados.
As coleiras cervicais são contraindicadas para raças braquicefálicas e animais que possuem a região cervical sensível ou problemas respiratórios. E também não são uma boa opção para cães que puxam muito a guia, pois o impacto sobre a região cervical pode causar diversos problemas de saúde.
No mercado, encontramos com facilidade, os colares enforcadores de nylon ou aço, e seu objetivo consiste em exercer uma pressão no pescoço do cão quando este puxa a guia. Embora muitos profissionais ainda utilizem esta ferramenta para ensinar o cão a não puxar, o seu uso tem sido cada vez mais contestado entre veterinários e comportamentalistas do mundo todo.
Como a pressão exercida pelo enforcador é ainda maior do que a coleira de pescoço comum, o seu uso tem as mesmas contraindicações de qualquer outro colar cervical. E devemos estar atentos ainda ao fato de que, seu uso de forma errada, leva a uma habituação do cão ao desconforto causado pelo equipamento, pois o mesmo se acostuma com a pressão no pescoço e continua a puxar, podendo levar a diversos problemas de saude.
A guia enforcadora segue o mesmo princípio do colar enforcador, aplicando pressão quando o cão puxa a guia e possui as mesmas recomendações e contraindicações desta ferramenta. No entanto, por não possuir um fecho para ajuste ao corpo, este tipo de equipamento, apenas é recomendado, para casos em que o cão não permite ser tocado, pois permite sua colocação sem encostar a mão no cão. Pode ser utilizada em clínicas e creches, onde se faria necessário uma grande variedade de tamanhos para ajuste nos diversos portes e raças, somente para conduzir o animal em curtas distâncias.
Os semi-enforcadores possuem ação semelhante à do colar enforcador, porém com a vantagem de poder ser limitado para exercer apenas a função de um colar cervical comum. Este tipo de equipamento é indicado apenas em casos onde o animal não se adapte ao peitoral e escape da coleira comum com frequência. É recomendado que sejam utilizados de forma que fiquem justos ao pescoço, porém sem promover a pressão causada pelo enforcador.
Os enforcadores com garras são colares com pinos que exercem pressão no pescoço do animal quando este traciona a guia. O seu uso é totalmente contraindicado, pelos profissionais que atuam na área da medicina veterinária comportamental, por ser um equipamento que pode causar lesões físicas e atuar de forma a desmotivar, devido à dor causada, o cão a puxar durante o passeio. Sendo assim, esta ferramenta nunca deve ser utilizada para passear com o seu animal, mesmo que ele seja de grande porte e/ou agressivo pelo risco de ferimentos e por ser um meio pouco eficaz para ensinar comportamentos aceitáveis ao seu cão.
Os cabrestos funcionam aplicando pressão no focinho do animal, utilizando o princípio de que controlando a cabeça, o cão é controlado. Ao utilizar esse tipo de coleira, devemos ter muito cuidado com o seu ajuste, que deve ser realizado exatamente como indicado no manual que do produto (cada modelo tem uma instrução específica sobre como ajustar o equipamento). A guia utilizada deve ser leve, assim como sua condução, evitando os trancos e movimentos bruscos pois, podem causar danos à região cervical. Esse tipo de coleira é contraindicado para cães braquicefálicos ou com a pele do focinho muito sensível.